Dia Mundial da Economia de Energia: desafios dos kits
Após um ano de operação, a Robinsun lidera a iniciativa para uniformizar as regulamentações e criar um mercado único europeu com regras claras que garantam a segurança do produto e permitam sua comercialização em larga escala.
Boris Hageney, fundador da Robinsun: "Estamos oferecendo um produto ao qual continuam impondo barreiras. Se este setor fosse agilizado, poderíamos desativar centrais elétricas a carvão, petróleo e nucleares".
Madrid, 15 de outubro de 2024 - A Robinsun comercializa kits solares plugin de autoconsumo doméstico. Ou seja, um painel solar que você compra, conecta em casa e começa a gerar a energia solar que consome diretamente, economizando na fatura de luz e evitando emissões de CO2. Um produto assim, em um país ensolarado como Portugal, deveria ser um sucesso. No entanto, faz sucesso em países como Alemanha ou França. O balanço, após um ano da criação da empresa, é positivo, mas o produto ainda não decolou devido a obstáculos legais.
O fundador da Robinsun, Boris Hageney, que conhece bem o setor em outros países como França ou Alemanha, está há um ano lutando para que os governos realmente invistam em energias limpas, informações sobre elas, e alcancem um objetivo que deveria ser comum, como a descarbonização e a redução da fatura de energia das famílias portuguesas.
O cálculo da empresa para Portugal é o seguinte: uma família portuguesa sem kit solar plugin perde cerca de 30€ por mês, o que representa 50% da conta de luz. Ao longo do ano, isso soma cerca de 360€ e uma redução de 0,43 toneladas de CO2 por família que não está sendo atingida. A redução de gastos e de emissões de CO2 com a instalação dos kits solares, como um eletrodoméstico a mais, e considerando que Portugal tem cerca de 5 milhões de lares, representaria a redução de mais de 2 milhões de toneladas de CO2 por ano. Nas palavras de Boris Hageney, CEO da Robinsun: "Cada kit solar plugin instalado é um passo a mais para o fechamento das centrais de geração elétrica a partir de fontes fósseis e nucleares em nosso país. E a instalação de pequenos painéis solares em cada lar, onde a energia é produzida e consumida simultaneamente, reduz a necessidade de grandes usinas solares no meio da natureza."
Dificultades burocráticas
Em Portugal, para aumentar o uso de painéis solares de fácil instalação, precisamos de:- Compensação e certificação fáceis, ágeis e sem taxas. Se um cliente em Portugal gera um excedente de energia solar e o injeta na rede, ele deve ser compensado, como já ocorre em países como Alemanha ou Espanha. A documentação a ser apresentada deve ser muito simples, fácil de obter e não acarretar custos para o consumidor. Atualmente, em Portugal, não há compensação financeira e as certificações costumam ser muito caras. Além disso, exigem a intervenção de intermediários e não trazem nenhum benefício econômico. Com um kit que custa entre 300€ e 800€, pagar por uma certificação cara é um custo adicional desproporcional ao valor do produto.
- Direito ao kit: Outro obstáculo para as famílias que vivem em comunidades ou em aluguel é a necessidade de pedir permissão aos vizinhos e proprietários para instalar um kit solar plugin. As famílias deveriam poder instalar o kit sem precisar pedir permissão a ninguém. E, se alguém tiver objeção à instalação, deve justificá-la por escrito com uma argumentação técnica válida que justifique a proibição.
- IVA 0%: A Robinsun observou que o IVA reduzido para 6% em Portugal acelerou significativamente as vendas nesse mercado. No entanto, na Alemanha, desde que o IVA foi reduzido a 0%, houve uma explosão de instalações de kits solares plugin. Países Baixos e Áustria seguiram o exemplo da Alemanha. A Robinsun pede a redução do IVA para 0% em todos os países, a fim de incentivar diretamente e sem complicações as famílias a instalar os kits.
Além disso, a equipe da Robinsun enfrenta:
Desinformação sobre certificação e dificuldades para compreender bem os requisitos normativos e legais.
Falta de conscientização e informação por parte dos portugueses, que sofrem com as oscilações dos preços e do IVA na conta de luz, com aumentos consideráveis, e não buscam soluções.
Não há uma cultura de redução de CO2 em Portugal.
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